domingo, 30 de novembro de 2014

O pequeno poeta - Victor Luís

Este blog já falou sobre Manoel de Barros, Bandeira, Leminski, Vinícius de Moraes, Maiakóvski, todos grandes poetas do século XX. 
Apresento agora um pequeno poeta do século XXI, mas não menos genial.
Victor Luís, 11 anos, criativo em sua lógica lúdica, e seu poema em forma de haikai*:  

"Ontem eu sofri

Hoje eu sou free."

*O Haikai (ou Haicai) é uma pequena poesia com métrica e molde orientais, surgida no século XVI, muito difundida no Japão e que vem se espalhando por todo o mundo durante este século.






Victor Luís e o jogo de vídeo game criado por ele. Trata-se de um duelo inspirados nos filmes de bang bang, na Mostra Cultural do Colégio Oswald de Andrade em 01.11.14 - Foto: Vilma Gama

Skate no parque Villa Lobos                                                                                                                      Foto: Américo Rodrigues



                                                                                                                  Foto: Américo Rodrigues

                                                                                                                  Foto: Américo Rodrigues


                                                                                                                                                                        Foto: Américo Rodrigues





Bicicletas no pôr-do-sol. Parque Villa Lobos. Victor Luís e Américo                                                   Foto: Américo Rodrigues


Vilma Gama e Victor Luís em Tubarão - SC                                                                                               Foto: Vilma Gama

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Gratidão


Aprendi que devemos agradecer aos nossos pés, que nos

carregam e nos levam à toda parte. Agradecer à Deus por

 tudo, 

para que sejamos dignos de receber frutos bons e flores 

perfeitas, que existem no mundo para nos mostrar os 

verdadeiros padrões de simplicidade e beleza. As flores nos 

saúdam em nossos caminhos dançando em nossas retinas 

nas manhãs.

E por falar em gratidão, ela vai também ao poeta Manoel de 

Barros, pois se não fosse pelo seu amor às palavras, com

 certeza este humilde blog não teria existido.



"As bençãos"


"Não tenho a anatomia de uma garça pra receber

em mim os perfumes do azul.

Mas eu recebo.

É uma benção.

Às vezes se tenho uma tristeza, as andorinhas me

namoram mais de perto.

Fico enamorado.

É uma benção.

Logo dou aos caracóis ornamentos de ouro

para que se tornem peregrinos do chão.

Eles se tornam.

É uma benção.

Até alguém já chegou de me ver passar

a mão nos cabelos de Deus!

Eu só queria agradecer."


Manoel de Barros


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O rio



"O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa

era a imagem de um vidro mole que fazia uma

volta atrás de casa. 

Passou um homem depois e disse: Essa volta

que o rio faz por trás de sua casa se chama

enseada.

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro

que fazia uma volta atrás de casa. 

Era uma enseada.

Acho que o nome empobreceu a imagem." 



"O Livro das Ignorãças" - Manoel de Barros

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O título tem a ver com dizeres de Valter Hugo Mãe

Raiz                                                                                                                                                                Foto: Américo Rodrigues

Solidão, tristeza, felicidade são sentimentos humanos. Todos os temos em nossas vidas, em maior ou menor grau. O que vale a pena?

"Mães, pais, filhos, outra família e amigos, todas as pessoas 

são a felicidade de alguém, porque a solidão é uma perda 

de sentido que faz pouca coisa valer a pena.

       Na solidão, vale só a pena tentar encontrar alguém.

O resto é tristeza. A tristeza a gente respeita e deita fora. A

tristeza a gente respeita e, na primeira oportunidade, deita

fora. É como algo descartável. Precisamos usar mas não é

bom ficar guardada."

Valter Hugo Mãe - "O Paraíso são os outros"

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Chuva

Chuva à tarde                                                                                                           Foto: Vilma Gama
Hoje à tarde a cidade de São Paulo escureceu mais cedo. O sol se foi atrás de enormes nuvens pesadas e cinzentas. Chuva.

Fernando Pessoa escreveu:
"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem cada um como é."


"Cai a chuva do céu cinzento"


"Cai a chuva do céu cinzento

Que não tem razão de ser.

Até meu pensamento

Tem chuva nele a escorrer.


Tenho uma grande tristeza

Acrescentada à que sinto.

Quero dizer-ma mas pesa

O quanto comigo minto.


Porque verdadeiramente

Não sei se estou triste ou não,

E a chuva cai levemente

(Porque Verlaine consente)

Dentro do meu coração."


Poesias inéditas - Fernando Pessoa.

Os Opalas - shows históricos - parte 2

Os Opalas na Sala Olido - Show Tributo ao Branca di Neve em 22.11.14                                                                         Foto: Vilma Gama

A banda Os Opalas protagonizou na Sala Olido, no último dia 22, um espetáculo de grande beleza estética e musical. Público presente, lotação esgotada.
Muitas histórias para contar... Tributo ao Branca di Neve, sucesso autorais da banda e todos se sentiram em casa.

Alguns privilegiados puderam dividir o palco com a banda Os Opalas  - Sala Olido 22.11.14                                         Foto: Vilma Gama
Abertura do show - música: Do Bang!


        Pobre Moleque - Os Opalas - Tributo ao Branca di Neve - Sala Olido

Mais um pouco da perfomance de Pobre Moleque na Sala  Olido



Música autoral: 4:20 no Baile - Os Opalas - Sala Olido

O show termina com a banda tocando no meio do público fora da Sala Olido. Apoteótico.

Renato Cardoso, Marcelo Bianca e Américo Rodrigues concedem entrevista após o show na Sala Olido - Foto: Vilma Gama




Renato Cardoso (baixo), Marcelo Bianca (percussão), Américo Rodrigues (bateria) e Melvin Santhana (guitarra e vocal)



Victor Luís foi conferir de perto o show d'Os Opalas na Sala Olido - 22.11.14                                                 Foto: Vilma Gama

Estivemos lá conferindo tudo de pertinho - Sala Olido - Vilma Gama e Victor Luís - (Selfie)

Fizemos parte desse show histórico - Os Opalas - Tributo ao Branca di Neve - Sala Olido (Selfie)

Vilma, Américo, Victor, Marcelo e Renato - Sala Olido - 22.11.14 (Dia do Músico). Celebração.                                               

Américo, Zé Marmou, Marcelo e Renato - Sala Olido - 22.11.14

Foi um show inesquecível - Comemoração do Dia do Músico - Show Tributo ao Branca di Neve - 22.11.14                           
Equipe responsável pelo belíssimo show Tributo ao Branca di Neve - Sala Olido - 22.11.14                                   Foto: Vilma Gama

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Os Opalas - dois shows históricos

Show da banda Os Opalas no Sesc Pompeia                                                                                                Foto: Alberico Santos
A banda Os Opalas tem luz própria. Já está na estrada há 14 anos, e evoluiu meteoricamente durante esta quase década e meia. 
O final de semana foi produtivo. A prova disso foram os dois mais recentes e históricos shows que fizeram no dia 21 no Sesc Pompeia, e no dia 22 na Sala Olido, como parte das comemorações da Semana da Consciência Negra. 
No show do Sesc Pompeia a banda teve dois ilustres convidados: Seo Osvaldo (o primeiro DJ do Brasil) e o cantor Bebeto. O público, que lotou a Choperia do Sesc, cantou, dançou e se emocionou com o som de Seo Osvaldo, com as canções autorais da banda anfitriã e com os sucessos de Bebeto.


                                                                                                                                                                            Foto: Alberico Santos
                                                                                                                                                                            Foto: Alberico Santos
                                                                                                                                                                             Foto: Alberico Santos
A visão do baterista                                                                                                                                          Foto: Alberico Santos


Bebeto apresenta seus sucessos                                               Foto: Alberico Santos 

E no dia 22 de novembro, na Sala Olido, o show Os Opalas Mete Bronca - Tributo a Branca di Neve. 
O paulistano Nelson Fernando de Morais, cantor e surdo número 1 da Escola de Samba Vai-Vai, mais conhecido como Branca di Neve, protagonizou uma breve carreira, pois faleceu em 1989, aos 38 anos. A trajetória foi breve, no entanto, coroada por sucessos como Kid Brilhantina, Nego Dito (Itamar Assumpção), Boca Louca, A cor de Deus, Reprise, a lista é enorme. Branca integrou o grupo Originais do Samba, tocou, ainda, com Luís Vagner, Jorge Benjor, Nara Leão, Toquinho, Baden Powell, entre outros.
Os Opalas, neste show dedicado ao Branca di Neve, surpreenderam o público ao disponibilizar os lados direito e esquerdo do palco para quem estivesse a fim de dançar. E é só dar uma olhadinha nas fotos abaixo para ver que tinha muita gente a fim de balançar o esqueleto. Os dançarinos brilharam no palco ao lado da banda.
No final do show, mais uma surpresa aguardava o público: os músicos saíram da Sala Olido tocando e levaram o show para os corredores da Galeria Olido, ao estilo Tangos e Tragédias. Todos os presentes saíram atrás. Festa total!

Os Opalas - Sala Olido - show Tributo ao Branca di Neve e nas duas laterais do palco o público dançou muito -   Foto: Alberico Santos
  


Parceria Itamar Assumpção e Branca di Neve


Os Opalas - Show Tributo ao Branca di Neve - Sala Olido - 22 de novembro de 2014                                                                                                                                    Foto: Alberico Santos
Sala Olido Tributo ao Branca di Neve - 22.11.14                    Foto: Alberico Santos
 Banda Os Opalas na Sala Olido - Tributo ao Branca di Neve -    22.11.14                                                Foto: Alberico Santos
Os Opalas na Sala Olido- 22.11.14                                                                                                                   Foto: Alberico Santos
Sonho concretizado - Tributo ao Branca di Neve realizado- Américo Rodrigues na Sala Olido 22.11.14, dia do músico - Foto: Alberico Santos
Grandioso tributo ao Branca di Neve realizado pela banda Os Opalas na Sala Olido                             Foto: Alberico Santos
                                                                                                                                                                             Foto: Alberico Santos

                                                                                                                                                                             Foto: Alberico Santos


A equipe responsável pelo grandioso Tributo ao Branca di Neve - Sala Olido - 22.11.14                            Foto: Vilma Gama

sábado, 22 de novembro de 2014

Escritos de 1922 - Maiakóvski


Uma pessoa pode ser só coração? A resposta poética é de Maiakóvski, que subverte a anatomia, neste trecho do poema "Amo" dedicado a Lila Brik, escrito em 1922.



"Cada um ao nascer

traz sua dose de amor,

mas os empregos,

o dinheiro,

tudo isso,

nos resseca o solo do coração...
...Nos corações, nos relógios

bate o pêndulo dos amantes.

Como se exaltam as duplas no leito de amor!

Eu, que sou a Praça da Paixão*,

surpreendo o pulsar selvagem

do coração das capitais.

Desabotoado, o coração quase de fora,

abria-me ao sol e aos jatos d'água.

Entrai com vossos paixões!

Galgai-me com vossos amores!

Doravante não sou mais dono de meu coração!

Nos demais - eu sei,

qualquer um o sabe -

o coração tem domicílio

no peito.

Comigo

a anatomia ficou louca.

Sou todo coração -

em todas as partes palpita.

Oh! quantas são as primaveras

em vinte anos acesas nesta fornalha!

Uma tal carga

acumulada

torna-se simplesmente insuportável.

Insuportável

não para o verso

de veras." 

*Antiga praça de Moscou, atual  Praça Púchkin.