Foto: Vilma Gama |
Numa manhã de abril
Ainda antes do amanhecer
Um espetáculo na janela da sala
A lua com sua luz suave invadiu o espaço e iluminou o ambiente
A janela sem cortinas era cúmplice da invasão
Não sabemos, conscientemente, como acordamos
Acordei, naquela manhã, e uma luz suave e calma se derramava ao lado do sofá
e sobre meus olhos
Bem no meio da janela,
emoldurada e brilhante,
majestosa,
a lua,
que tem esse dom de traduzir
suavidade em luz,
encantamento em luz,
beleza em luz...
Tem esse dom
de retransmitir a luz do sol
Entre o sonho e o real da sala,
ao abrir os olhos e perceber aquela luz suave, vi o quadro que se desenhava, tendo a janela como moldura
A lua brilhante, silenciosa, linda, ao centro
O céu azul como fundo
e nuvens, brancas e escuras, passando
ora encobrindo, de leve, o seu brilho,
ora apagando-o por inteiro
E a lua, impassível e doce, permanecia lá
com o seu brilho emprestado,
calma e doce,
amanhecendo o dia
E trinta ou quarenta minutos depois...
amanheceu
E o brilho já não clareava o ambiente da sala
A luz do sol, agora, a desenhava como um grande e lindo círculo branco (com seu São Jorge e dragão dentro)
sobre o azul clarinho,
ainda sob os primeiros raios de sol da manhã,
um azul, que ainda não era tão intenso
Eu olho para ela,
como em um transe...
Ela continua lá, visível, calma,
descendo o céu sem pressa...
E quando o sol se pôr,
ao final de mais um dia,
ela calmamente, docemente,
derramará, novamente,
todo o seu brilho, encantador,
sobre a Terra
Vilma Gama