Espaço para reflexão, comunicação e ação. Textos poéticos e em prosa serão alvos principais. Música, cinema, teatro e jornalismo também terão seus lugares assegurados.
Como diz Manoel de Barros: "Pelos meus textos sou mudado mais do que pelo meu existir".
"Sonho*" "Um poema em que não se notasse nem a suspeita ênfase da simplicidade e que, ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração." Mário Quintana
* Poema publicado originalmente no livroDa preguiça como método de trabalho, retirado dePoesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 704)
Aprendi que muitas vezes vivemos no tempo, quando viajamos de metrô, ônibus, carro, avião, barco etc nos deslocamos. Não podemos dizer que estamos em São Paulo ou quase chegando ao nosso destino. Estamos em movimento, estamos no tempo. Não estou em um lugar definido, estou no quilômetro 10, depois de algum tempo estou no quilômetro 11 da estrada tal. Estou no tempo. Dá um tempo, faz um tempo. Não tenho tempo. Quanto tempo. Naquele tempo. O tempo não pára. A poesia de Caetano reverencia o tempo.
"Oração Ao Tempo"
"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho Tempo, tempo, tempo, tempo Vou te fazer um pedido Tempo, tempo, tempo, tempo Compositor de destinos Tambor de todos os ritmos Tempo, tempo, tempo, tempo Entro num acordo contigo Tempo, tempo, tempo, tempo Por seres tão inventivo E pareceres contínuo Tempo, tempo, tempo, tempo És um dos deuses mais lindos Tempo, tempo, tempo, tempo Que sejas ainda mais vivo No som do meu estribilho Tempo, tempo, tempo, tempo Ouve bem o que te digo Tempo, tempo, tempo, tempo Peço-te o prazer legítimo E o movimento preciso Tempo, tempo, tempo, tempo Quando o tempo for propício Tempo, tempo, tempo, tempo De modo que o meu espírito Ganhe um brilho definido Tempo, tempo, tempo, tempo E eu espalhe benefícios Tempo, tempo, tempo, tempo O que usaremos pra isso Fica guardado em sigilo Tempo, tempo, tempo, tempo Apenas contigo e migo Tempo, tempo, tempo, tempo E quando eu tiver saído Para fora do teu círculo Tempo, tempo, tempo, tempo Não serei nem terás sido Tempo, tempo, tempo, tempo Ainda assim acredito Ser possível reunirmo-nos Tempo, tempo, tempo, tempo Num outro nível de vínculo Tempo, tempo, tempo, tempo Portanto peço-te aquilo E te ofereço elogios Tempo, tempo, tempo, tempo Nas rimas do meu estilo Tempo, tempo, tempo, tempo."
Nos dias 14 e 21 de março comemorou-se, respectivamente, o Dia Nacional e o Dia Mundial da Poesia. A data nacional foi escolhida para homenagear o poeta Castro Alves, que nasceu em Muritiba-BA em 14.3.1847 e que deixou o planeta muito jovem, aos 24 anos, em 6.7.1871. A data mundial foi criada na XXX Conferência Geral da Unesco em 16.11.1999, ocasião em que foi legado ao dia 21 de março essa importante tarefa de sublinhar a existência da poesia mundialmente. O propósito deste dia é promover a leitura, a escrita, publicação e ensino da poesia em todo o mundo.
"As três irmãs do poeta" "É noite! as sombras correm nebulosas. Vão três pálidas virgens silenciosas Através da procela irrequieta. Vão três pálidas virgens... vão sombrias Rindo colar num beijo as bocas frias... Na fronte cismadora do Poeta: 'Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença. Sou eu quem te sepulta a ideia imensa, Quem no teu nome a escuridão projeta... Fui eu que te vesti do meu sudário... Que vais fazer tão triste e solitário?...' -'Eu lutarei!' - responde-lhe o Poeta. 'Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome. Sou eu quem o teu negro pão consome... O teu mísero pão, mísero atleta! Hoje, amanhã, depois... depois (qu'importa?) Virei sempre sentar-me à tua porta...' -'Eu sofrerei' - responde-lhe o Poeta. 'Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte. Suspende em meio o hino augusto e forte. Marquei-te a fronte, mísero profeta! Volve ao nada! Não sentes neste enleio Teu cântico gelar-se no meu seio?! -'Eu cantarei no céu' - diz-lhe o Poeta!" Castro Alves
Ela foi poetisa, professora, pedagoga e jornalista.
A maioria de suas obras expressa estados de ânimo, predominam os sentimentos de perda amorosa e solidão. Uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade de seus versos. Alguns poemas como "Canteiros"' e "Motivo" foram musicados por Fagner.
Comprovando a tese de musicalidade, no vídeo abaixo Fagner canta, ao vivo, "Paralelas", do amigo Belchior, e "Motivo", de Cecíla Meireles.