Ele é considerado o maior poeta do século XX por nada
mais, nada menos, que Carlos Drummond de Andrade e
em 19 de dezembro será comemorado o centenário de seu
nascimento.
A escola de samba Império Serrano o homenageará com o
enredo "Meu quintal é maior que o mundo", o título é
inspirado em um verso do poema "O apanhador de
desperdícios".
E agora um poema inédito para iniciarmos as comemorações poéticas do em breve centenário Manoel de Barros
"Fôssemos merecidos de água, de chão, de rãs, de árvores,
de brisas e de graças!
Nossas palavras não tinham lugar marcado. A gente
andava atoamente em nossas origens.
Só as pedras sabiam o formato do silêncio. A gente não
queria significar, mas só cantar.
A gente só queria demais era mudar as feições da natureza.
Tipo assim: Hoje eu vi um lagarto lamber as pernas da
manhã. Ou tipo assim: Nós vimos uma formiga frondosa
ajoelhada na pedra.
Aliás, depois de grandes a gente viu que o cu de uma
formiga é mais importante para a humanidade do que a
Bomba Atômica."
Manoel de Barros*
*Revista Cult Leia poema inédito de Manoel de Barros - Revista Cult: Poeta matogrossense, de 96 anos de idade, foi condecorado em Lisboa com o Prêmio Casa da América Latina