quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Natal em outras paisagens



Natal em outras paisagens. No planeta há verão, inverno, sol, neve, altas e baixas temperaturas. Há a beleza da diversidade. Lugares insólitos. Somos uma minúscula parte. O Universo nos contém.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal



Conhecimento é luz. Muita poesia. Muita prosa. Sempre. O texto abaixo é do Érico Veríssimo, e fala com propriedade do aniversariante Jesus Cristo.




"Se naquele instante - refletiu Eugênio  caísse na Terra um



habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar 



que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão



dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em 



escritórios, oficinas, fábricas... E se perguntasse a qualquer 



um deles: 'Homem, por que trabalhas com tanta fúria 



durante todas as horas de sol?' - ouviria essa resposta 



singular: 'Para ganhar a vida'. E no entanto a vida ali estava 



a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens 



viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem 



sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da 



inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos 



e viver mais. Agitavam-se na Terra e não se conheciam uns 



aos outros, não se amavam como deviam. A competição os 



transformava em inimigos. E havia muitos séculos, tinham 



crucificado um profeta* que se esforçava por lhes mostrar 


que eles eram irmãos, apenas e sempre irmãos."


Érico Veríssimo

*Deus na Terra (Nota desta blogueira).



Érico Veríssimo



Dois irmãos - Fernando de Noronha                                                                                                                   Foto: Tuca Noronha


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Joe Cocker - Woodstock anos incríveis



O cantor britânico Joe Cocker deixou o planeta ontem (22), aos 70 anos.
Queria dizer que um dos maiores sucessos dele, a música "With a little help from my friends", cantada por ele pela primeira vez em 1969, no festival de Woodstock, composta por John Lennon e Paul MacCartney, me faz lembrar o seriado "Anos incríveis", exibido pela TV Cultura entre os anos de 1994 e 1995. 
A voz rouca e a emoção com a qual interpretava as canções eram suas marcas registradas. 
A homenagem do blog vai para Joe Cocker e para o seriado "Anos incríveis", que teve o privilégio de tê-lo na abertura. O seriado narrava a vida e os dilemas de um adolescente (Kevin Arnold) no final dos anos 60 e início dos 70.
A minha impressão era que a música enriquecia a ficção e nos trazia uma nostalgia de algo que não havíamos vivido. Muito bom.
Em 2012 Joe Cocker esteve no Brasil pela terceira e última vez, ele já havia tocado aqui em 1977 e em 1991, no Rock in Rio, no estádio do Maracanã.

Os personagens Paul e Kevin do seriado "Anos incríveis"



Paul, Kevin e Winnie

Winnie e Kevin


Família Arnold - "Anos incríveis"










domingo, 21 de dezembro de 2014

Um presente de Fernando Pessoa


A poesia e a literatura são úteis para a vida. Sem elas, às vezes é difícil respirar e prosseguir.
Faltou poesia. Saímos à sua procura e encontramos Fernando Pessoa. E eis o presente:


"Fecho os olhos, medito

E, se invoco, revivo

Um momento meu ser é infinito

No inteiro eu entre mim e o que fui

Depois estagno, e o meu ser morto e esquivo

Rio fundo por mim flui."


                                                  


sábado, 20 de dezembro de 2014

Princípio da harmonia

Foto: Tuca Noronha

Ocorreu uma pequena disfunção na vida nos últimos meses

de 2014, uma pequena tragédia pessoal.

A solução:

"Tudo terminou em uma ordem divina! Significa que o caso 

foi resolvido pela inteligência divina e infinita operando 

pelas leis que regem a mente subconsciente, produziu uma 

conclusão mutuamente satisfatória, com aplicação do 

princípio da harmonia". (Joseph Murphy)

Gratidão. A caminhada prossegue... Bem-vindo 2015.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Homenagem aos 98 anos de Manoel de Barros

Manoel de Barros

Hoje, 19 de dezembro, o poeta Manoel de Barros 

completaria 98 anos de vida terrena. Nasceu em Cuiabá - 

MT, no Beco da Marinha, beira do rio Cuiabá. Em 13 de 

novembro último deixou o planeta e nele 24 livros 

publicados. Destaco "Retrato do artista quando 

coisa", de 1998, amplamente divulgado neste blog, por 

gratidão e por ser maravilhoso, assim como tudo o  que 

Manoel escreveu.



Sobre a rotina de ser poeta, disse em entrevista a José 

Castello, em agosto de 1996, no jornal "O Estado de S. 

Paulo":

"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que 

chamo 'lugar de ser inutil'. Exploro há 60 anos esses 

mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. 

Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto

coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, 

frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes

percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma 

palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de

coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente 

e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes

da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me

ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso 

computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que 

na ponta de meu lápis tem um nascimento."




Segue abaixo o trailer do documentário "Só dez por cento é

 mentira", de Pedro Cézar. Trata-se da encantadora

 desbiografia oficial 

do poeta Manoel de Barros. Publico somente o trailer, 

porque já publiquei neste blog o filme na 

íntegra, em 13 de novembro último,por ocasião de sua

 despedida do planeta Terra. Caso queiram ver na íntegra é 

só clicar na publicação do dia 13.11.14 deste pequeno blog. 










quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Érico Veríssimo - 109 anos




O escritor Érico Lopes Veríssimo completaria 109 anos, 

ontem, 17 de dezembro, caso estivesse em nosso planeta.

Nasceu em Cruz Alta - RS em 17.12.1905, e fez a 

passagem há 39 anos, em 28 de novembro de 1975.

Em 1973 publicou sua autobiografia intitulada  "Solo de 

clarineta".

Faleceu subitamente e deixou inacabado o segundo volume 

de suas memórias, que se chamaria "A hora do sétimo

 anjo".



"A vida vale a pena ser vivida apesar de todas suas

dificuldades, tristezas e momentos de dor e angústia.

O mais importante que existe sobre a face da terra é a

pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é

uma das coisas mais fantásticas que existe.”

Érico Veríssimo




"Em geral quando termino um livro encontro-me numa 

confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga

tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso

'Não era bem isto o que queria dizer'."

(O escritor diante do espelho)

Érico Veríssimo






"Estive pensando na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos

dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época.

Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o 

que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura 

para criatura.

De que serve construir arranha-céus se não há mais almas 

humanas para morar neles.

(...) É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas 

passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, 

entretanto, dar um sentido humano às nossas construções.

E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver 

deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios 

do campo e as aves do céu."

(Olhai os Lírios do Campo)

Érico Veríssimo



"Eu queria fazer um livro não da vida como ela é, mas como 

eu queria que ela fosse. Um livro para a gente pegar e ler 

quando quisesse esquecer a vida real... Eu entendo a Arte

como sendo uma errata da vida. A página tal, onde se lê 

isto, leia-se aquilo..."


Érico Veríssimo em "Um lugar ao sol".




"O espírito da gentileza podia salvar o mundo. O que nos

falta é isso: espírito de gentileza. Boas maneiras de homem

para homem, de povo para povo."

Érico Veríssimo



Carlos Drummond de Andrade homenageou o amigo ao publicar o seguinte poema:

Carlos Drummond de Andrade
"A falta de Érico Veríssimo"


"Falta alguma coisa no Brasil

depois da noite de sexta-feira

Falta aquele homem no escritório

a tirar da máquina elétrica

o destino dos seres,

a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom

caminhando entre adultos

na esperança da justiça

que tarda - como tarda!

a clarear o mundo.

Falta um boné,

aquele jeito manso,

aquela ternura contida, óleo a derramar-se lentamente.

Falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta."