Natal em outras paisagens. No planeta há verão, inverno, sol, neve, altas e baixas temperaturas. Há a beleza da diversidade. Lugares insólitos. Somos uma minúscula parte. O Universo nos contém.
Espaço para reflexão, comunicação e ação. Textos poéticos e em prosa serão alvos principais. Música, cinema, teatro e jornalismo também terão seus lugares assegurados. Como diz Manoel de Barros: "Pelos meus textos sou mudado mais do que pelo meu existir".
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Natal em outras paisagens
Natal em outras paisagens. No planeta há verão, inverno, sol, neve, altas e baixas temperaturas. Há a beleza da diversidade. Lugares insólitos. Somos uma minúscula parte. O Universo nos contém.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Feliz Natal
Conhecimento é luz. Muita poesia. Muita prosa. Sempre. O texto abaixo é do Érico Veríssimo, e fala com propriedade do aniversariante Jesus Cristo.
"Se naquele instante - refletiu Eugênio caísse na Terra um
habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar
que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão
dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em
escritórios, oficinas, fábricas... E se perguntasse a qualquer
um deles: 'Homem, por que trabalhas com tanta fúria
durante todas as horas de sol?' - ouviria essa resposta
singular: 'Para ganhar a vida'. E no entanto a vida ali estava
a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens
viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem
sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da
inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos
e viver mais. Agitavam-se na Terra e não se conheciam uns
aos outros, não se amavam como deviam. A competição os
transformava em inimigos. E havia muitos séculos, tinham
crucificado um profeta* que se esforçava por lhes mostrar
que eles eram irmãos, apenas e sempre irmãos."
Érico Veríssimo
*Deus na Terra (Nota desta blogueira).
Érico Veríssimo |
Dois irmãos - Fernando de Noronha Foto: Tuca Noronha |
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Joe Cocker - Woodstock anos incríveis
O cantor britânico Joe Cocker deixou o planeta ontem (22), aos 70 anos.
Queria dizer que um dos maiores sucessos dele, a música "With a little help from my friends", cantada por ele pela primeira vez em 1969, no festival de Woodstock, composta por John Lennon e Paul MacCartney, me faz lembrar o seriado "Anos incríveis", exibido pela TV Cultura entre os anos de 1994 e 1995.
A voz rouca e a emoção com a qual interpretava as canções eram suas marcas registradas.
A voz rouca e a emoção com a qual interpretava as canções eram suas marcas registradas.
A homenagem do blog vai para Joe Cocker e para o seriado "Anos incríveis", que teve o privilégio de tê-lo na abertura. O seriado narrava a vida e os dilemas de um adolescente (Kevin Arnold) no final dos anos 60 e início dos 70.
A minha impressão era que a música enriquecia a ficção e nos trazia uma nostalgia de algo que não havíamos vivido. Muito bom.
Em 2012 Joe Cocker esteve no Brasil pela terceira e última vez, ele já havia tocado aqui em 1977 e em 1991, no Rock in Rio, no estádio do Maracanã.
Os personagens Paul e Kevin do seriado "Anos incríveis" |
Paul, Kevin e Winnie |
Winnie e Kevin |
Família Arnold - "Anos incríveis" |
domingo, 21 de dezembro de 2014
Um presente de Fernando Pessoa
A poesia e a literatura são úteis para a vida. Sem elas, às vezes é difícil respirar e prosseguir.
Faltou poesia. Saímos à sua procura e encontramos Fernando Pessoa. E eis o presente:
E, se invoco, revivo
Um momento meu ser é infinito
No inteiro eu entre mim e o que fui
Depois estagno, e o meu ser morto e esquivo
Rio fundo por mim flui."
sábado, 20 de dezembro de 2014
Princípio da harmonia
Foto: Tuca Noronha |
Ocorreu uma pequena disfunção na vida nos últimos meses
de 2014, uma pequena tragédia pessoal.
A solução:
"Tudo terminou em uma ordem divina! Significa que o caso
foi resolvido pela inteligência divina e infinita operando
pelas leis que regem a mente subconsciente, produziu uma
conclusão mutuamente satisfatória, com aplicação do
princípio da harmonia". (Joseph Murphy)
Gratidão. A caminhada prossegue... Bem-vindo 2015.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Homenagem aos 98 anos de Manoel de Barros
Manoel de Barros |
Hoje, 19 de dezembro, o poeta Manoel de Barros
completaria 98 anos de vida terrena. Nasceu em Cuiabá -
MT, no Beco da Marinha, beira do rio Cuiabá. Em 13 de
novembro último deixou o planeta e nele 24 livros
publicados. Destaco "Retrato do artista quando
coisa", de 1998, amplamente divulgado neste blog, por
gratidão e por ser maravilhoso, assim como tudo o que
Manoel escreveu.
Sobre a rotina de ser poeta, disse em entrevista a José
Castello, em agosto de 1996, no jornal "O Estado de S.
Paulo":
"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que
chamo 'lugar de ser inutil'. Exploro há 60 anos esses
mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc.
Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto
coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos,
frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes
percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma
palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de
coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente
e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes
da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me
ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso
computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que
na ponta de meu lápis tem um nascimento."
Segue abaixo o trailer do documentário "Só dez por cento é
mentira", de Pedro Cézar. Trata-se da encantadora
desbiografia oficial
do poeta Manoel de Barros. Publico somente o trailer,
porque já publiquei neste blog o filme na
íntegra, em 13 de novembro último,por ocasião de sua
despedida do planeta Terra. Caso queiram ver na íntegra é
só clicar na publicação do dia 13.11.14 deste pequeno blog.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Érico Veríssimo - 109 anos
O escritor Érico Lopes Veríssimo completaria 109 anos,
ontem, 17 de dezembro, caso estivesse em nosso planeta.
Nasceu em Cruz Alta - RS em 17.12.1905, e fez a
passagem há 39 anos, em 28 de novembro de 1975.
Em 1973 publicou sua autobiografia intitulada "Solo de
clarineta".
Faleceu subitamente e deixou inacabado o segundo volume
de suas memórias, que se chamaria "A hora do sétimo
anjo".
"A vida vale a pena ser vivida apesar de todas suas
dificuldades, tristezas e momentos de dor e angústia.
O mais importante que existe sobre a face da terra é a
pessoa humana. E surpreender
o homem no ato de viver é
uma das coisas mais fantásticas que existe.”
Érico Veríssimo
"Em geral quando termino um livro encontro-me numa
confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga
tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso
'Não era bem isto o que queria dizer'."
"Em geral quando termino um livro encontro-me numa
confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga
tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso
'Não era bem isto o que queria dizer'."
(O escritor diante do espelho)
Érico Veríssimo
Érico Veríssimo
"Estive pensando na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos
dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época.
Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o
que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura
para criatura.
De que serve construir arranha-céus se não há mais almas
humanas para morar neles.
(...) É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas
passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos,
entretanto, dar um sentido humano às nossas construções.
E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver
deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios
do campo e as aves do céu."
(Olhai os Lírios do Campo)
Érico Veríssimo
"Eu queria fazer um livro não da vida como ela é, mas como
eu queria que ela fosse. Um livro para a gente pegar e ler
quando quisesse esquecer a vida real... Eu entendo a Arte
como sendo uma errata da vida. A página tal, onde se lê
isto, leia-se aquilo..."
Érico Veríssimo em "Um lugar ao sol".
"O espírito da gentileza podia salvar o mundo. O que nos
falta é isso: espírito de gentileza. Boas maneiras de homem
para homem, de povo para povo."
Érico Veríssimo
Carlos Drummond de Andrade homenageou o amigo ao publicar o seguinte poema:
Carlos Drummond de Andrade |
"A falta de Érico Veríssimo"
"Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.
Falta um boné,
aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarineta."
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