quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Érico Veríssimo - 109 anos




O escritor Érico Lopes Veríssimo completaria 109 anos, 

ontem, 17 de dezembro, caso estivesse em nosso planeta.

Nasceu em Cruz Alta - RS em 17.12.1905, e fez a 

passagem há 39 anos, em 28 de novembro de 1975.

Em 1973 publicou sua autobiografia intitulada  "Solo de 

clarineta".

Faleceu subitamente e deixou inacabado o segundo volume 

de suas memórias, que se chamaria "A hora do sétimo

 anjo".



"A vida vale a pena ser vivida apesar de todas suas

dificuldades, tristezas e momentos de dor e angústia.

O mais importante que existe sobre a face da terra é a

pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é

uma das coisas mais fantásticas que existe.”

Érico Veríssimo




"Em geral quando termino um livro encontro-me numa 

confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga

tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso

'Não era bem isto o que queria dizer'."

(O escritor diante do espelho)

Érico Veríssimo






"Estive pensando na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos

dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época.

Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o 

que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura 

para criatura.

De que serve construir arranha-céus se não há mais almas 

humanas para morar neles.

(...) É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas 

passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, 

entretanto, dar um sentido humano às nossas construções.

E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver 

deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios 

do campo e as aves do céu."

(Olhai os Lírios do Campo)

Érico Veríssimo



"Eu queria fazer um livro não da vida como ela é, mas como 

eu queria que ela fosse. Um livro para a gente pegar e ler 

quando quisesse esquecer a vida real... Eu entendo a Arte

como sendo uma errata da vida. A página tal, onde se lê 

isto, leia-se aquilo..."


Érico Veríssimo em "Um lugar ao sol".




"O espírito da gentileza podia salvar o mundo. O que nos

falta é isso: espírito de gentileza. Boas maneiras de homem

para homem, de povo para povo."

Érico Veríssimo



Carlos Drummond de Andrade homenageou o amigo ao publicar o seguinte poema:

Carlos Drummond de Andrade
"A falta de Érico Veríssimo"


"Falta alguma coisa no Brasil

depois da noite de sexta-feira

Falta aquele homem no escritório

a tirar da máquina elétrica

o destino dos seres,

a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom

caminhando entre adultos

na esperança da justiça

que tarda - como tarda!

a clarear o mundo.

Falta um boné,

aquele jeito manso,

aquela ternura contida, óleo a derramar-se lentamente.

Falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta."



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