domingo, 5 de abril de 2015

Aniversário de seis meses do blog - "Eu só peço a Deus" - Oração de Mahatma Gandhi





                                                                                 Mahatma Gandhi

Grande presente no aniversário de seis meses do blog.
O belo poema-oração de Mahatma Gandhi, nas vozes de Mercedes Sosa e Beth Carvalho. 


"Eu só peço a Deus

Que a dor não me seja indiferente

Que a morte não me encontre um dia

Solitário, sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus

Que a injustiça não me seja indiferente

Pois não posso dar a outra face

Se já fui machucada brutalmente

Eu só peço a Deus

Que a guerra não me seja indiferente

É um monstro grande e pisa forte

Toda fome e inocência dessa gente

Eu só peço a Deus

Que a mentira não me seja indiferente

Se um só traidor tem mais poder que um povo

Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus

Que o futuro não me seja indiferente

Sem ter que fugir desenganado

Pra viver uma cultura diferente."

                                               Mahatma Gandhi








sábado, 4 de abril de 2015

A vida dividida entre quem sou e a sorte - Fernando Pessoa

                                                                                                                                                                                       Fernando Pessoa


"A vida é dividida entre quem sou e a sorte"



"As coisas que errei na vida

São as que acharei na morte,


Porque a vida é dividida

Entre quem sou e a sorte.



As coisas que a Sorte deu

Levou-as ela consigo,

Mas as coisas que sou eu

Guardei-as todas comigo.


E por isso os erros meus,

Sendo a má sorte que tive,

Terei que os buscar nos céus

Quando a morte tire os véus

À insconsciência em que estive."



                                                 Fernando Pessoa

Nota tirada do site Multipessoa - Labirinto: Para o poeta só a morte revelará o que fomos em vida inconscientes.




sexta-feira, 3 de abril de 2015

Continuamente me estranho - reflexões - Fernando Pessoa

                                                                                                                                                                                      Foto: Vilma Gama


O estranhamento de ser quem somos, eis o tema que nos atrai e que nos brinda o belo poema de Fernando Pessoa.



"Não sei quantas almas tenho"



"Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.


Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,



Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.



Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo: 'Fui eu?'

Deus sabe, porque o escreveu."


                                                                  Fernando Pessoa



quinta-feira, 2 de abril de 2015

Para dizer em bares - de Manuel Bandeira para Mário Quintana

Manuel Bandeira




"Meu Quintana"



"Meu Quintana os teus cantares

Não são, Quintana, cantares:

São, Quintana, quintanares.


Quinta-essência de cantares...

Insólitos, singulares...

Cantares? Não! Quintanares!


Quer livres, quer regulares,

Abrem sempre os teus cantares

Como flor de quintanares.


São feitos esses cantares

De um tudo-nada: ao falares,

Luzem estrelas luares.


São para dizer em bares

Como em mansões seculares

Quintana, os teus quintanares.


Sim, em bares, onde os pares

Se beijam, sem que repares

Que são casais exemplares.


E quer no pudor dos lares.

Que no horror dos lupanares.

Cheiram sempre os teus cantares


Ao ar dos melhores ares,

Pois são simples, invulgares.

Quintana, os teus quintanares.


Por isso peço não pares,

Quintana, nos teus cantares...

Perdão! Digo, quintanares."

                                                                    Manuel Bandeira

*Nota: O poema foi escrito por Manuel Bandeira para Mário Quintana, após sua terceira rejeição na Academia Brasileira de Letras.












segunda-feira, 30 de março de 2015

Chegamos de muito longe - sensibilidade - A poesia de Mário Quintana

A caminho da Praia do Cardoso - Farol de Santa Marta - SC                                                                                Foto: Vilma Gama



"A verdadeira arte de viajar"


"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,

Como se estivessem abertos diante de nós todos os 

caminhos do mundo.

Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam

 ali...

Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração 

cantando!"


                              Mário Quintana








domingo, 29 de março de 2015

Um rio nunca é o mesmo, ou a impermanência da vida - Mário Quintana

Cachoeira do Escorrega em Maromba - Visconde de Mauá - RJ                                                                                                        

"Canção do dia de sempre"


"Tão bom viver dia-a-dia...

A vida assim, jamais cansa...



Viver tão só de momentos

Como estas nuvens no céu...



É só ganhar, toda a vida,

Inexperiência... esperança...



E a rosa louca dos ventos

Presa à copa do chapéu.



Nunca dês um nome a um rio:

Sempre é outro rio a passar.



Nada jamais continua,

Tudo vai recomeçar!



E sem nenhuma lembrança

Das outras vezes perdidas,

Atiro a rosa do sonho

Nas tuas mãos distraídas..."



                             Mário Quintana






sábado, 28 de março de 2015

Poeminha do Contra - Mário Quintana


Visitantes muito bem-vindos na janela de casa                                                                                                                Foto: Vilma Gama



"Poeminha do Contra"


"Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!"


Mário Quintana


                                                                                                                                                                                       Mário Quintana