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Em comemoração aos cinco meses de existência do Dizeres Poéticos reverenciamos uma figura, que segundo Drummond foi o grande poeta do século XX. Do Pantanal para o mundo, Manoel de Barros.
"Prefácio"
"Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) -
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas -
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas -
Passaram essa tarefa para os poetas."
Manoel de Barros
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