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Aniversário de 1 ano do Victor, com os padrinhos Narciza e Arnaldo (2004) |
O mesmo poema para dois amigos
Já havia publicado aqui no blog, em 15 de dezembro, o "Poema de Natal" por ocasião da passagem do grande amigo Eurico Luís Costa Prado, ocorrida no dia 14 deste mês. Hoje o publico novamente, pois, neste poema Vinícius de Moraes fala, muito carinhosamente, da morte e da vida.
É uma singela homenagem a Arnaldo Peixe dos Santos, grande amigo e padrinho do meu filho, que deixou o planeta hoje.
"Poema de Natal"
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje à noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente."
Vinícius de Moraes
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Batizado - Narciza, Vilma, Victor Luís e Arnaldo - 2004 |