Imagem da janela do quarto ao olhar para baixo (9.10.14) Foto: Vilma Gama |
Não sabemos o que é simplicidade. Somos complicados e tristes. O poeta nos convida a olhar para baixo.
"Aprendo com abelhas do que com aeroplanos."
O olhar de Manoel de Barros dirigi-se aos seres insignificantes, deixados à margem pela sociedade, seres verdadeiramente importantes sob o sol. (Retrato do artista quando coisa)
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
É um olhar para o ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas."
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